terça-feira, 20 de julho de 2010

O mito da telinha ou o paradoxo do fascínio da educação mediada pelo computador


Em 1994,o ensino tradicional apelava para a teoria das inteligências múltiplas,favorecendo apenas as pessoas que tivessem predomínio das habilidades, em especial: a lógico,a matemática e a linguística .
Uma das conclusões que chegou é que os meios de comunicação,em especial a TV e o Vídeo, seriam mecanismo importantes para dar mais vida à educação pois: operam imediatamente com o sensível,o concreto, principalmente a imagem em movimento. Combinam a dimensão especial com a cinestésica, onde o ritmo torna-se cada vez mais fascinante. Ao mesmo tempo utilizam a linguagem conceitual,falada e escrita,mais formalizada e racional. Imagem, palavra e música se interagem dentro de um contexto comunicacional afetivo, de forte impacto emocional, que facilita e predispõe a conhecer mais favoravelmente.
O CD , DVD e em especial o Computador, usado como ferramentas educacionais por suas múltiplas possibilidades, vem quebrar algumas limitações que existiam.
O uso do computador cria a interatividade e a possibilidade de interação,via uma “central” de comunicações,rádio, TV, telefone, fax, copiadora ao nosso alcance,em um único objeto capaz de transmitir textos, sons , imagens e propiciar comunicação simultânea (sincrônica) com pessoas em diferentes localidades ou de permitir a permanência de mensagens assíncronas, ou seja, em tempos diferentes de emissão e recepção.
Através de satélites, o uso do computador permite chegar, o saber, a locais de difícil acesso, a inclusão de grupos antes excluídos do processo educativo.
Por outro lado,podemos nos questionar se numa época marcada por tão alarmante exclusão social,faz sentido pensarmos em “exclusão digital”, se a educação a distância pode resolver o problema de exclusão educacional. Se a perspectiva por trás das propostas de “inclusão” não tem em vista apenas a crescente tendência de inserção no processo produtivo. Podemos nos questionar sobre qual “o objetivo” da educação possível de ser proporcionada pela utilização E a D: preparar o produtor/consumidor para o sistema ou promover o desenvolvimento integral da pessoa humana? E, ainda, se tornar o ensino à distância,especialmente via Web, a saída para resolver o problema da exclusão educacional não poderia paradoxalmente, acarretar uma ampliação no “fosso” dos excluídos?
Não se pode atribuir aos computadores a responsabilidade por determinar autonomia ou a passividade dos alunos, muito menos eles podem se constituir, por si só, em agentes motivadores da aprendizagem. É dependendo do trabalho do professor, com ou sem computador,que os alunos serão autônomos ou do contrário,totalmente passivos e que os alunos demonstraram interesse ou desinteresse pelas aulas. A simples convivência com os computadores nem sempre resulta em melhores desempenhos dos usuários. Isto significa que o trabalho com o computador na escola deve ser bem planejado e desenvolvido, de modo que só torne oportunas experiências válidas e gratificante dos alunos. Para tanto precisamos de professores capacitados,conscientes do potencial e dos limites do uso do computador, de pessoal preparado para resolver problemas técnicos, treinados para realizá-lo bem de acesso irrestrito às máquinas e a internet, de alunos que dominem as ferramentas oferecidas pelo sistema.

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